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AMAR o que é afinal?

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( Autor desconhecido )


Porque as palavras fortalecem laços e rasgam distâncias com a ponta dos dedos. Gravo a minha pele nestas linhas e escrevo para ti com a alma vendada a deslizar no papel .Não olho as estrelas esta noite porque aborrece-me o seu pálido brilho.Prefiro abrir o peito com o bico da caneta e deslumbrar o olhar com a luz que encadeia este cego coração.Tremer o corpo desde os dedos dos pés até à raiz dos cabelos imaginando o teu cheiro impregnado na roupa atirada para o chão.Desaparafusar todos os pensamentos cravados na cabeça bolorenta.Varrer as teias de aranha instaladas no tecto e apagar todas as linhas da vida por mim cruzadas na palma da mão.Pinchar a boca com palavras rubras e gritar para os meus sonhos amordaçados que chegou a hora de voar.De erguer as asas que tecicom penas de ilusão e percorrer o resto do mundo embalados num mar de tinta preta.
de Daniela Pereira
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É de mãos dadas e com os olhosembalados no movimento das ondasque caminhas nos meu sonhos.Não se vê mais ninguém naquela praiasó nós dois em plena sintonia no silêncioouvindo o nosso lento respirar.Levo-te para o meu mundopreso nas minhas mãos friasentrelaçado no calor das palavrasem queda no precipício da minha bocaEnvolves o meu corpo num abraçocom o mar como testemunhacom a areia quente a servir de aconchego.Apagamos as estrelas com um soproe tapamos os olhos à lua com as mãos suadaspara ficarmos sozinhos a saborearcom os lábios encostados os nossos sorrisos.
de Daniela Pereira

Hoje sou uma folha solta ao vento que o amor um dia escreveu por engano. Sinto-me perdida assim rasgada em mil pedaços e num rodopio infernal deixo-me assolar pela dor enquanto espalho versos pelo chão com palavras tristes que o mundo não lê com o sorriso estampado na boca. Então, que a poesia se cale para sempre nos meus dedos e que a solidão seja a esmola amarga do poeta.
de Daniela Pereira
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Se alguém te perguntar se estás triste, sorri e mente. Não mostres os teus olhos vermelhos porque os homens preferem vê-los pintados de outra cor. Quando sentires frio dentro de ti, cobre-te de luxúria e prazer e espera que o teu corpo aqueça. Por precaução, costura o teu passado no decote e espera que num momento mais quente o rasguem de olhos fechados para não o verem...o mundo é mais compreensivo quando é cego.Depois embrulha o teu corpo numa fita veludo e aguarda que um olhar te deseje como presente, mas não esperes receber flores da mão que te despir. ..porque as rosas são para os contos de fadas e tu perdeste a tua magia quando arriscaste amar a sério alguém. Agora do amor que sentes só mereces uma coroa de espinhos e as flores nunca serão para ti.Então não chores nessa janela porque ninguém te vê por detrás desse vidro empoeirado , és invisível aos olhos de quem por ela passa . Sempre foste assim, apenas já não te lembravas de como era senti-lo...É por isso que te refugias nas palavras como um vagabundo que procura abrigo em cada canto da rua? Não encontras palha para fazer o teu ninho e então gritas com elas para libertares toda a tua fúria contida. E porque gostas de manter aquela imagem suave e doce que acalma os outros sorris...e quem te acalma a ti, quando sentes que vais explodir em pedaços? Olhaste bem em teu redor?Não te admires se não vires ninguém e não te belisques porque não é um sonho...é apenas o teu maior pesadelo.
de Daniela Pereira
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Eu preciso de te ver
Para afastar esta saudade
Que já começa a vestir
O tempo da minha idade
Eu preciso de te ver
Ausente amor sem razão
Para te mostrar as sombras
Do quarto da solidão
Eu preciso de te ver
Para fugir deste frio
Que voa dentro de mim
Como uma gaivota no rio
Como ganhei a coragem
Da areia a beber a espuma
Eu preciso de te ver
Mais uma vez só mais uma

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Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem, desdigo.
O medo mora comigo,
mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala,
num vaivém de solidão,
é com silêncio que fala ...
Com voz de móvel que estala,
e nos perturba a razão.
Gritar? Quem pode salvar-me,
do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me,
mas eu sei que ele há-de esperar-me,
ao pé da ponte do fim...

de Amália Rodrigues